quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ficção (nem sempre) Científica

Há muito o que se falar sobre como a Ficção Científica brinca com as possibilidades da Ciência. Existem inclusive muitos bons livros sobre o assunto. Mas, o que eu pretendo aqui é somente fazer um comentário breve sobre o tema, usando de exemplo alguns filmes do gênero. Falarei somente de quatro tópicos sobre o assunto que julgo mais interessantes e que poderão servir de exemplo para muitos outros.

Não quero aqui depreciar a Ficção Cientifica em favor da Ciência. O que pretendo é só usar a FC como forma de reflexão para as possibilidades científicas e tornar o leitor mais crítico sobre o que lê. Quem sabe até ajudar algum autor de FC novato ou qualquer outro que esteja precisando de umas dicas científicas?

ETs humanos

Em uma grande quantidade de filmes de Ficção Cientifica em que aparecem extraterrestres, estes são muito parecidos com o humanos (são hominídeos). É assim com os ETs de Guerras nas Estrelas de George Lucas e até do recente Avatar de James Cameron.

Considerando a existência de ETs, seria prudente imaginar que eles dificilmente seriam parecidos conosco. Nossas características físicas foram adquiridas ao longo de milhares de anos e resultam das condições de vida encontradas na Terra. Em outros planetas, pelo menos nos já conhecidos, que tem condições muito diferentes, as pressões evolutivas sofridas por seus supostos habitantes também seriam distintas (considerando que eles também passem pelos mesmos processos biológicos dos seres vivos da Terra). Levando isso em conta seria difícil imaginar que esses seres resultariam em algo fisicamente parecido com um humano.

O som

Como é de conhecimento geral o espaço é silencioso. Isso porque no vácuo do espaço não existe moléculas em quantidade suficiente para o som se propagar.

Ainda bem que os cineastas nem sempre si preocupam com esses detalhes (tá, é mais que só um detalhe) científico. Imagina as cenas das batalhas espaciais de Guerras nas Estralas no completo silêncio! Mas há o exemplo de Stanley Kubrick em seu clássico 2001, uma Odisséia no Espaço. Menos preocupado com o apelo sonoro, Stanley teve mais cuidado científico ao deixar as cenas do espaço em completo silêncio ou com uma suave música erudita ao fundo.

As curvas

Outra coisa que se destaca em alguns filmes de ficção científica são as incríveis manobras feitas pelas naves no espaço. Novamente eu cito como exemplo os filmes de George Lucas. Só que esses movimentos seriam impossíveis somente com propulsores traseiros. Para efetuar uma curva no espaço, a nave teria que ter propulsores de todos os lados (como em 2001). Assim as manobras seriam produzidas pela combinação de forças de vários deles.

O tamanho
 
Vários outras obras de Ficção Científica exploram a fantasia da redução ou do aumento exagerado de tamanho dos seres vivos.

Comecemos pelo mais famoso: King Kong. Ele jamais poderia existir. Isso por uma questão de densidade. Os corpos dos seres vivos terrestres são adaptados com as condições físicas na Terra. Um gorila 10 vezes maior não é apenas 10 vezes mais alto. Ele cresceria em todas as direções. Assim, seu volume ficaria 1000 vezes maior. Se um gorila fosse ampliando tantas vezes, seus ossos não aguentariam o peso final caso mantivessem sua composição.

Vejamos o caso inverso: a redução. Uma pessoa que fosse reduzida muitas vezes morreria de… frio! Nosso corpo produz energia suficiente para nos manter quentes, repondo a perda de calor pela superfície da pele. Reduzir o corpo, sem alterar a densidade, diminuiria a proporção entre a energia produzida e área da pele. A reposição de calor não seria suficiente.

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