quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Bem, o Mal e Harry Potter

Um dos maiores méritos que Harry Potter pode ter é a fácil identificação que os leitores possuem com os personagem. Longe do estereotipo de herói virtuoso propagado pela literatura infantil em geral, Harry é emocionalmente humano. Os personagem da série possuem uma variedade de sentimentos que os fazem não serem necessariamente boas ou más. Como diz Sirius "O mundo não é dividido entre pessoas boas e os Comensais da Morte".

Entretanto isso não significa que o bem e o mal não existam. Nos livros fica vem claro que não só existem como as pessoas podem optar por um ou por outro, e o fazem. Esse tema aparece ao logo de toda a série. Essa é a escolha entre o que é certo e o que é fácil.

Voldemort é um grande exemplo, embora não admita essa escolha. Para ele o bem e o mal não existem, considerando tudo possível em sua busca por poder.

Outro exemplo é Harry. Em A Pedra Filosofal ele teme ser seu destino ir para a Sonserina, a casa de Voldemort e da maioria dos bruxos das trevas e em A Câmara Secreta, ao descobrir que fala com cobras, teme também ser o herdeiro de Slytherin trazendo um grande mal a Hogwarts. Harry ainda preocupa-se com suas estranhas semelhanças com Voldemort.

Dumbledore, entretanto lembra Harry:

"São nossas escolhas, Harry, muito mais que nossas habilidades, que mostram o que realmente somos".
Harry Potter e a Câmara Secreta.

É isso que essencialmente diferencia Harry de Voldemort. São as escolhas que fazemos que nos mudam e fazem de nós o que somos e seremos. É claro que escolher o caminho do mal é mais fácil, e como Dumbledore diz os seres humanos têm um dom para escolher o que é pior para eles.

Rowling também deixa claro as consequências dessa escolha. Os efeitos do mal estendem-se muito além das vítimas de um malfeitor, sendo recebidos pela própria pessoa do malfeitor. Voldemort se autodestroi como resultado de suas açoes e escolhas adquirindo, entre outras coisas, uma aparência grotesca e perdendo o próprio corpo. Tudo isso contrasta com as escolhas de Harry, que o levam a se tornar corajoso e leal aos amigos.

Não escolher um caminho é igualmente temível. Embora parece fácil, uma decisão deverá ser tomada mais cedo ou mais tarde, e ai ela será mais difícil.  Foi o que Fudge fez ao não agir diante do renascimento de Voldemort, preferindo acreditar que seu mundo confortável e ordenado.

Embora possa passar desapercebido, Harry Potter nos trás profundas reflexões sobre a natureza humana. Mais um mérito para essa série incrível!

0 comentários:

Postar um comentário