sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A breve segunda vida de Bree Tanner, de Stephenie Meyer

Título: A breve segunda vida de Bree Tanner
Título original: The Short Second Life of Bree Tanner (2010)
Autor: Stephenie Meyer
Ano: 2010
Páginas: 191
Editora: Intrínseca
Tradução: Débora Isidoro

O universo da série Crepúsculo ganha uma nova perspectiva sob o olhar de Bree Tanner, a jovem vampira integrante do exército sombrio de recém-criados que assola a cidade de Seattle e marcha à caça de Bella, Edward e os Cullen.
Bree mal se recorda da vida que tinha antes de descobrir seus sentidos extremamente aguçados, os reflexos sobre-humanos e a força física sem precedentes. A vida antes da insaciável sede de sangue... Antes de ser uma vampira.
Em uma tramam que combina horror, mistério e romance, Stephenie Meyer mergulha na trajetória de devastação do bando de recém-criados enquanto eles se preparam para o confronto definitivo.
Em A breve segunda vida de Bree Tanner, Stephenie Meyer deixa de lado o romance açucarado e sob um novo olhar a saga Crepúsculo ganha um ar mais sombrio e sobrenatural, nesse pequeno livro originado de uns poucos parágrafos de Eclipse.

Narrado pela recém-criada vampira Bree Tanner, uma personagem quase esquecida de Eclipse, esse livro mostra todos os desdobramentos que levaram à batalha entre o exercito de Victoria e os Cullen no final do terceiro volume da saga.

Enquanto Eclipse foca o lado romântico da série e onde a maior preocupação eram as reviravoltas do triangulo amoroso Bella, Edward e Jacob, A breve segunda vida de Bree Tanner narra todo o lado sombrio e obscuro que é deixado de lado na saga principal. Nesse, o foco central é a luta diária da jovem Bree pela sobrevivência no meio de um bando de vampiros sanguinários e violentos.

Imersa numa trama sombria, Bree não tem certeza se tudo o que aprendeu nessa nova vida é verdade ou mentira, mas precisa seguir as ordens do vampiro Riley, que os treina para uma missão desconhecida por ordens de alguém que tratam apenas por “ela”.

É nesse clima de desconfiança e medo que Bree conhece Diego e juntos começam a perceber que de fato nem tudo o que aprenderam é verdadeiro e algo muito pior do que eles imaginavam está por vir.

Me surpreendi com esse livro, achei que fosse mais outro romance meloso, mais me deparei com um livro mais complexo uma trama mais intensa e um perigoso jogo de traições e mentiras e personagens cativantes. Apesar do final obvio, para todos os que já leram a saga Crepúsculo, o livro não perde o encantamento e é uma ótima pedida pra quem não se importa com vampiros que brilham ao sol.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ficção (nem sempre) Científica

Há muito o que se falar sobre como a Ficção Científica brinca com as possibilidades da Ciência. Existem inclusive muitos bons livros sobre o assunto. Mas, o que eu pretendo aqui é somente fazer um comentário breve sobre o tema, usando de exemplo alguns filmes do gênero. Falarei somente de quatro tópicos sobre o assunto que julgo mais interessantes e que poderão servir de exemplo para muitos outros.

Não quero aqui depreciar a Ficção Cientifica em favor da Ciência. O que pretendo é só usar a FC como forma de reflexão para as possibilidades científicas e tornar o leitor mais crítico sobre o que lê. Quem sabe até ajudar algum autor de FC novato ou qualquer outro que esteja precisando de umas dicas científicas?

ETs humanos

Em uma grande quantidade de filmes de Ficção Cientifica em que aparecem extraterrestres, estes são muito parecidos com o humanos (são hominídeos). É assim com os ETs de Guerras nas Estrelas de George Lucas e até do recente Avatar de James Cameron.

Considerando a existência de ETs, seria prudente imaginar que eles dificilmente seriam parecidos conosco. Nossas características físicas foram adquiridas ao longo de milhares de anos e resultam das condições de vida encontradas na Terra. Em outros planetas, pelo menos nos já conhecidos, que tem condições muito diferentes, as pressões evolutivas sofridas por seus supostos habitantes também seriam distintas (considerando que eles também passem pelos mesmos processos biológicos dos seres vivos da Terra). Levando isso em conta seria difícil imaginar que esses seres resultariam em algo fisicamente parecido com um humano.

O som

Como é de conhecimento geral o espaço é silencioso. Isso porque no vácuo do espaço não existe moléculas em quantidade suficiente para o som se propagar.

Ainda bem que os cineastas nem sempre si preocupam com esses detalhes (tá, é mais que só um detalhe) científico. Imagina as cenas das batalhas espaciais de Guerras nas Estralas no completo silêncio! Mas há o exemplo de Stanley Kubrick em seu clássico 2001, uma Odisséia no Espaço. Menos preocupado com o apelo sonoro, Stanley teve mais cuidado científico ao deixar as cenas do espaço em completo silêncio ou com uma suave música erudita ao fundo.

As curvas

Outra coisa que se destaca em alguns filmes de ficção científica são as incríveis manobras feitas pelas naves no espaço. Novamente eu cito como exemplo os filmes de George Lucas. Só que esses movimentos seriam impossíveis somente com propulsores traseiros. Para efetuar uma curva no espaço, a nave teria que ter propulsores de todos os lados (como em 2001). Assim as manobras seriam produzidas pela combinação de forças de vários deles.

O tamanho
 
Vários outras obras de Ficção Científica exploram a fantasia da redução ou do aumento exagerado de tamanho dos seres vivos.

Comecemos pelo mais famoso: King Kong. Ele jamais poderia existir. Isso por uma questão de densidade. Os corpos dos seres vivos terrestres são adaptados com as condições físicas na Terra. Um gorila 10 vezes maior não é apenas 10 vezes mais alto. Ele cresceria em todas as direções. Assim, seu volume ficaria 1000 vezes maior. Se um gorila fosse ampliando tantas vezes, seus ossos não aguentariam o peso final caso mantivessem sua composição.

Vejamos o caso inverso: a redução. Uma pessoa que fosse reduzida muitas vezes morreria de… frio! Nosso corpo produz energia suficiente para nos manter quentes, repondo a perda de calor pela superfície da pele. Reduzir o corpo, sem alterar a densidade, diminuiria a proporção entre a energia produzida e área da pele. A reposição de calor não seria suficiente.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, de Raphael Draccon

Título: Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas
Autor: Raphael Draccon
Ano: 2010 (2º edição)
Páginas: 438
Editora: Leya
"Se os sonhos são forjados no éter hoje...
nós iremos tocar na quinta-essência"

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.
Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a história e violenta Caçada de Bruxas.
Primo Branford é hoje o Rei de Arzallun, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer…
Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que aceditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.
E mudará o mundo.
A série Dragões de Éter foi para mim uma enorme surpresa na literatura fantástica nacional.

Com uma narrativa fluida e envolvente, Raphael Draccon demonstra seu enorme dom para contar estórias. Nesse primeiro livro somos apresentados à Nova Ether, um mundo etéreo governado por semideuses que precisam acreditar em seus devotos para que estes continuem a existir.

Ao longo do livro vamos revisitando antigas estórias infantis recheadas de referencias da cultura pop. Muito mais que contar o que houve depois do felizes para sempre, Dragões de Éther nos mostra uma nova interpretação, mais sombria e realista, do que aconteceu com Chapeuzinho Vermelho, João de Maria, Príncipe-Sapo e muitos outros.

No livro, inicialmente somos apenas apresentados a esse novo mundo e a seus personagens. É só quando um terrível acontecimento se abate sobre o reino de Arzallun que as coisas começam de verdade. Tudo se entrelaça de uma maneira bem natural. Referencias, associações. Nada é forçado. Tudo é tão fechadinho que você até se esquece de como via estes personagens antes.

Os capítulos são curtos, e o autor usa e abusa disso para nos deixar com a pulga atrás da orelha a todo momento. Essa estrutura também facilita a vida dos que não tem muito tempo pra ler (como eu :]). Narrativa impecável. Cada elogio rasgado que a série vem recebendo por ai é mais que merecido. Uma boa pedida pra quem ainda não sabe por onde começar nesse surpreendente mundo da literatura fantástica nacional.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Entrevista com o vampiro, de Anne Rice

Entrevista com o vampiro é o mais conhecido livro da Dama do gótico moderno Anne Rice.

Nesse volume, o primeiro das Crônicas Vampirescas composta de 10 volumes, temos a história narrada pelo vampiro Louis, por meio de uma ousada entrevista a um jovem repórter.

Louis então remonta sua trajetória iniciada há mais de duzentos anos atrás, quando era apenas um jovem fazendeiro imerso em problemas econômicos e familiares o que o faz, aos poucos, desistir de viver. Até que surpreendido no meio da noite por um vampiro que o traz para o sombrio mundo dos sugadores de sangue.

O vampiro que transformou Louis é Lestat, o mais conhecido personagem de Anne Rice. E a relação entre os dois é, desde o inicio conturbada, pois Louis o vê apenas como um vampiro mesquinho e egoísta, mais apesar disso sente uma dependência e uma atração irresistível por seu criador que o impede de deixá-lo. Lestat discorda das atitudes e idéias de redenção de Louis, que não aceita sua natureza de um assassino e o livro é intensamente marcado por suas reflexões sobre o significado da sua sombria imortalidade.

A história torna-se mais interessante com o surgimento de Claudia, uma criança vampira transformada por Lestat. Com uma beleza delicada e angelical e mais cruel que o próprio Lestat, ela conquista para sempre o amor de Louis.

Escrito no mais belo estilo vitoriano, Entrevista com o vampiro é um dos melhores do gênero que já li. A maneira intensa como Anne Rice descreve os sentimentos e emoções de seus personagens, deu ao gênero vampiresco os vampiros mais humanos da literatura, sua vivacidade é tão grande que as personagens quase saltam das páginas.

Nesta saga a narrativa gótica que impregna cada pagina do livro conduz o leitor a adentrar em um mundo fascinante e macabro, convincente em seus detalhes. O erotismo presente na história é descrito de maneira suave e sofisticada sem nenhum apelo sexual explicito mais o homoerotismo presente nesse livro e comum em muitos outros de Anne Rice, pode fazer com que alguns leitores torçam o nariz para a obra. E também a narrativa arrastada e a demora no desenrolar da história, podem cansar os mais impacientes.

Entrevista com o vampiro é um ótimo livro. Com certeza As Crônicas Vampirescas se tornou a minha série de vampiros favorita!

Título: Entrevista com o vampiro
Título original: Interview with the vampire (1976)
Autor: Anne Rice
Ano: 1992
Páginas: 334
Editora: Rocco
Tradução: Clarice Lispector