quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu, Robô, de Isaac Asimov

Título: Eu, robô 
Título Original: I, robot (1950)
Autor: Isaac Asimov 
Ano: 2004
Páginas: 320
Editora: EdiouroEU, BOBO

Com certeza Eu, robô é um clássico que não pode faltar na estante dos fãs de ficção científica que se preze.

Isaac Asimov, um escritores mais famosos de FC, fugia do que ele chamava de “síndrome de Frankenstein”: os robôs se voltando contra os humanos. Por esse motivo criou as famosas três Leis da Robótica que usou como tema para a elaboração dos contos reunidos neste livro. As Leis da Robótica tornaram-se a criação mais famosa de Asimov, virando um marco na ficção cientifica e inspirando inúmeros livros e filmes.

O livro Eu, robô foi publicado pela primeira vez em 1950, mas seria impossível que fosse mais renovador e diferente do que se costuma ver em histórias de robôs. As três Leis da Robótica garantem principalmente a preservação e a superioridade dos humanos, o que exorciza o medo do homem que a máquina se tornar dominante, mas não elimina outros problemas que se possa ter com tais robôs. Com inteligência e perícia os contos vão criando mistérios e pondo a provas extremas a aplicação das tais leis.

São nove contos no total, onde vemos o desenvolvimento dos homens mecânicos na visão da célebre “robopsicologa” da Robôs e Homens Mecânicos dos Estados Unidos (U. S. Robôs), a doutora Susan Calvin, que vai desde a robôs babás sem voz até a incríveis maquinas que ditam o destino da humanidade. O mais incrível nas histórias de Asimov é o lado “humanizado” que ele atribui as robôs tornando-os extremamente carismáticos.

Mas já vou avisando aos desprevenidos: o filme Eu, Robô, estrelado por Will Smith, muito pouco tem a ver com essa obra, pois a justificativa para o acontecido no filme jamais ocorreria, na minha opinião, sob influencia das Leis da Robótica. Para conhecer verdadeiramente o espirito das obras de Asimov em um filme veja O Homem Bicentenário, com Robin Willians no papel principal. Emocionante.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Morgan: Um zumbi diferente na literatura

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“Não! Eu não pedi para que isto acontecesse. Mesmo assim despertei donde jamais poderia ter despertado. Foi um sono intranqüilo, e o despertar mais tenebroso que uma pobre alma poderia ter. Não era mais o mesmo, mas estava ali, nem vivo, nem morto... Simplesmente estava ali, desperto!”

Morgan, um homem de vida simples morre num trágico acidente dirigindo um infame Fusca Abacate. Mas tudo piora quando ele desperta exatos sete dias após sua morte.  Então ele emerge da sepultura, transformado numa criatura horrenda e cheia de conflitos. Um agouro da coruja que testemunhou seu despertar prenunciou dias sombrios para Morgan e sua terra.

Naquela noite um zumbi nasceu para o mundo. Nem morto, nem vivo, em uma nova e inesperada situação. Sem saber o que fazer, ou o quem era Morgan ressurgiu único com seus vermes para um novo mundo. Um mundo intolerante ao diferente. Um mundo com medo de mortos que teimam em não morrer, um mundo em que zumbis não podem amar! Não podem existir!

Você já ouviu muitas histórias dos homens sobre mortos-vivos, é chegada á vez e ouvir a versão de um zumbi. Conheça Morgan: O único

Ele morreu, mas retornou para aterrorizar seus pares. Suas carnes estão pútridas, fedorentas, e habitas por vermes. E, ele também adora cérebros... Mas enfim, o que então torna Morgan, único entre outros zumbis. Ao menos este é o mote dado por Douglas Eralldo, autor do livro que deve ser lançado em maio pela Editora Literata.

Segundo o escritor, a diferença está justamente no fato que será Morgan, o zumbi que nos contará tal história. Um morto-vivo protagonista, que pensa e possui conflitos em sua nova situação de existência. Um convite que leva você a imaginar, “e se eu virasse um zumbi?”.

Zumbis, na literatura são mostrados como as mais reles criaturas. Sem poderes, sem beleza, vagantes que espalham terror, sem ter a mínima consciência, agindo simplesmente a mercê de seus instintos de rapina em busca de comida: carne e cérebros. Até então zumbis surgem como personagens que ambientam um cenário caótico, seja simplesmente para entretenimento, ou até mesmo para críticas sociais o políticas, servindo sempre para seus criadores trabalharem em cima de personagens humanos, quase sempre a fim de exterminarem os mortos novamente. Mas não é isso que acontece em Morgan: O único.

O livro narrado em primeira pessoa traz todos os conflitos do sujeito simples que ressuscita de seu túmulo, exatos sete dias após sua morte. O personagem, o zumbi protagonista é apresentado a cada capítulo em todas suas incongruências e antagonismos, e mesmo diante de tal figura sinistra, é possível prosseguir acompanhando cada desenlace que provoca inesperada aparição.

Morgan é o único não somente por sua condição de protagonista, mas também por surgir talvez como um dos únicos zumbis com nome e sobrenome. Por manter em seu cérebro consumido pela fagulha da morte a capacidade mínima de pensar. E se torna ainda mais único quando mesmo depois da morte o amor manteve-se vivo em sua alma. E é o amor, algo improvável numa trama com zumbis, o combustível de intensas descobertas, e reviravoltas. No entanto Morgan, arduamente descobrirá que zumbis não nasceram para ser protagonistas, que dirá então amar!

Sobre o autor

Douglas Eralldo, 30 anos, Escritor, Blogueiro, pai de dois filhos, nasceu em Santa Cruz do Sul - RS e é radicado em Pantano Grande - RS há pelo menos 24. Teve contos publicados em sites da internet como “Contos Fantásticos”, “Recanto das Letras” e “O Nerd Escritor”. Colunista em jornais locais desde 2001, atualmente publica textos semanais no Jornal Destak em seu município, e na coluna “Fabulando!” do site Simplicíssimo. Entusiasta da literatura e dos livros criou e administra desde 2009, um dos principais blogs literários do país, o Listas Literárias [www.listasliterarias.blogspot.com] com um grande acervo e informação literária que acabaram lhe inspirando a escrever seus romances.

Saiba mais em www.morganounico.blogspot.com.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Encontre o mundo de Nova Ether

Onde: Em outro plano da realidade
Quando: Indefinido

Dragoes de Eter Mapa de Nova Ether - Fantasia BR

Mapa do mundo de Nova Ether

Nova Ether é um mundo etéreo, ou seja, . Ainda no prologo o narrador afirma:

“E digo isso porque nesse típico mundo você não vai encontrar as coisas da maneira tão palpável quanto costuma. Tudo em Nova Ether parece concreto e maciço e pode ser tocado e sentido, mas pode ser modificado e incorporar o incrível a qualquer momento.”

Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, página 17

Esse mundo é consequência de um mundo de semideuses que pratica uma relação inversa com seus devotos. É necessário que os semideuses acreditem na existência de Nova Ether para que ela continue a existir.

“Não que os verdadeiro deuses não existam, mas, na realidade, esses estão tão longe dos nova-etherianos, que estes preferem dedicar sua devoção a quem realmente pode ajudá-los:

Os filhos dos deuses.”

Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, página 17

Mas, antes de tudo, é necessário a existência de um Criador, um semideus que “crie os alicerces e a vida e todas as leis naturais” (Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, página 18). Mas só o criador não seria suficiente para manter esse mundo eternamente vivo, pois o esqueceria em determinado momento, sendo assim é preciso que outros semideuses se manifestem.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Juízo Final, de Sidney Sheldon

Título: Juízo Final
Título original: The Doomsday Conspiracy
Autor: Sidney Sheldon
Páginas: 368
Editora: Record
Juízo Final de Sdney Sheldon - Fantasia BR

O aclamado romancista Sidney Sheldon trilha pela primeira vez em Juízo Final os caminhos da Ficção Científica. No entanto mesmo abordando um tema não recorrente nos seus livros ele não deixa de lado a sua tradicional maneira de contar estórias. Cheio de emoção, suspense e sexo. Juízo Final fala de OVNIs e extraterrestres da maneira que já é marca registrada de Sidney Sheldon.

Robert Bellamy, oficial da Marinha americana, foi designado pela Agência de Segurança Nacional para realizar uma missão ultra-secreta. Ele teria de localizar as testemunhas da queda de um balão meteorológico nos Alpes suíços que supostamente trazia artefatos militares altamente secretos. O que na primeira parte do livro não passa de uma missão comum para o oficial, na segunda ele passa de caçador para caça e ai é que as coisas começam a fazer sentido.

O enredo é cheio de flashbacks, revelações e reviravoltas. O que achei mais inusitado foram os problemas sexuais que Robert teve depois de sua separação, mas problemas sexuais são coisas típicas dos personagens do Sheldon. A maneira de retratar os alienígenas também foi para mim diferente. Uma clara mensagem ambientalista.

Percebe-se, principalmente depois de ler os apêndices, que o autor fez uma extensa pesquisa sobre os assuntos abordados antes de escrever o romance. Nessa parte – a mais empolgante por sinal – ele relata vários casos e documentos oficiais de algumas entidades do governo americano que descrevem aparições de OVNIs. Confesso que fiquei verdadeiramente impressionado.

Embora esse seja um dos únicos livros de Sheldon (que eu conheço) que seja considerado ficção científica, frequentemente ele aborda em seus livros avanços tecnológicos que estão alguns (ou muitos) anos à frente do nosso tempo (o que na prática também é ficção científica).

Esse não é o melhor livro de Sidney Sheldon, nem é um grande achado dentro do tema ficção científica, mas é bem interessante e uma ótima leitura pra quem gosta tanto do Sheldon quanto de OVNIs.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Estrada da Noite, de Joe Hill

A ESTRADA DA NOITE FANTASIA BR

A Estrada da Noite é o primeiro livro de Joe Hill King, filho do mestre do terror e suspense Stephen King. Resolvi ler esse livro devido a inúmeras resenhas onde só derramavam elogios sobre o livro que li e claro, pelo autor ser filho de quem é!

Minha primeira impressão do livro foi a de que pai e filho possuem um estilo literário muito diferente apesar do gênero semelhante. Joe Hill usa uma linguagem mais direta e não possui a sutiliza de Stephen King que seduz o leitor aos poucos criando um clima tenso e macabro que vai crescendo ao decorrer da trama.

A Estrada da Noite conta a historia de Judas Coyne, um astro do rock aposentado que tem um estranho fascínio por colecionar objetos macabros, e ao adquirir um paletó assombrado em um leilão na internet, Judas se vê diante de um pesadelo que parece não ter saída, pois o espirito que assombra o paletó é do padrasto de uma antiga fã que suicidou-se por sua causa e deseja vingança a todo custo.

Esse livro não traz nada de original, o enredo é obvio do início ao fim, a tentativa do autor de impor um pouco de drama na história não “colou” muito e a narrativa carregada de palavrões e gírias é meio exagerada.

Outra coisa de que não gostei nesse livro foram os personagens, cada um mais detestável que o outro, a começar pelo personagem central, Judas, demasiado egoísta, mesquinho e de atitudes exageradas. Sua única qualidade é a lealdade para com os amigos.

Também não gostei da maneira como a história se desenrola, em alguns pontos é bastante lento e outras passagens lembram aqueles filmes trash de sexta a noite, com muito sangue e pessoas mutiladas.

Apesar de não ter entrado no clima desse livro ele não é de todo ruim, o vilão Craddock é um dos pontos altos do livro, ele é inteligente, insano e cruel, como um bom vilão deve ser. E o clímax do livro foi bastante satisfatório, com muita ação e grandes reviravoltas!

Joe Hill não surpreendeu nessa sua estreia, mas percebe-se que ele possui muito talento e pode também consagrar-se como um grande mestre do suspense e do terror, assim como o pai!

Título: A estrada da noite
Título original: Heart-Shaped Box
Autor: Joe Hill
Ano: 2007
Páginas: 254
Editora: Sextante
Tradução: Mário Molina

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Carnaval e a Ficção Fantástica

Essa é pra quem, assim como eu, usou essa época do ano para descansar e ficou por fora dessa folia e que consequentemente ficou desinformado sobre o que aconteceu nesse carnaval (e é por isso que esse post está atrasado…).

Frequentemente as escolas de samba de carnaval no Rio de Janeiro e em São Paulo apresentam enredos que acabam homenageando grandes obras de ficção fantástica, tanto da literatura quando do cinema. Esse ano não foi diferente. O destaque ficou para a Escola de Samba Unidos da Tijuca que apresentou um enredo sobre o cinema intitulado Esta Noite Levarei Sua Alma. Nessa escola apareceram alguns carros e alas inspiradas em obras de fantasia, terror e ficção cientifica. Veja algumas imagens:

Star Wars

Star Wars
Transformers

Transformers

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A Hora do Pesadelo

Freddie Krueger 2

Feddie Krueger
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Harry Potter

Harry Potter

Harry Potter 2

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Parque dos Dinossauros

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As próximas são do Salgueiro do ano passado homenageando o livro com alegorias inspiradas em obras do Asimov, Júlio Verne, Harry Potter da J. K. Rowling e O Sítio do Pica-pau Amarelo do Monteiro Lobato.

Salgueiro1

Salgueiro3

Salgueiro2

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PS.: Pequei as imagens em vários lugares.

terça-feira, 1 de março de 2011

Dragões de Éter – Corações de Neve, de Raphael Draccon

Título: Dragões de Éter – Corações de Neve 
Autor: Raphael Draccon
Ano: 2009
Páginas: 494
Editora: Leya

Existe uma força dentro do espirito humano que pode ser moldada. E esta força é capaz de gerar feitos extraordinários em dimensões que o mundo material não pode alcançar…

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Esse é o segundo livro da série Dragões de Éter, escrita pelo brasileiro Raphael Draccon.

A série é famosa por dar um clima mais sombrio e realista aos contos de fada e buscar referências em elementos da cultura contemporânea. É muito interessante ver como Raphael foi criativo na sua releitura dos contos de fadas e como ele uniu todos eles em um único mundo fantástico.

Acompanhamos ao longo da série vários personagens com histórias, sonhos e objetivos completamente diferentes. Isso ajuda o leitor a ter uma visão mais completa e compreender a grandiosidade do mundo de Dragões de Éter.

Em Corações de Neve vemos um novo rei assumir o trono e os reinos são obrigados a escolherem os aliados em uma guerra que se aproxima. Pessoas estranhas aparecem no Ocaso e trazem com elas uma nova tecnologia que gera muitas desconfianças e um futuro incerto.

Ao mesmo tempo João enfrenta uma batalha pessoal para tornar-se um homem. Um ex-prisioneiro retorna para uma guerra que havia começado há 20 anos. Ariane descobre seus misteriosos dons. E o príncipe Axel encara uma luta que ajudará a decidir o destino do mundo. Tudo isso se entrelaça e se completa para formar uma trama pulsante.

Uma das características que essa série apresenta são as constantes mensagens “de moral” (ou filosóficas) explicitas nas situações por quais os personagens passam e até mesmos nos diálogos. Isso aproxima a estória dos livros aos contos de fadas que lhe inspiraram, mas sem deixar a narrativa didática ou infantilizada já que essas mensagens são no geral sobre situações vivenciadas por pessoas adultas ou em amadurecimento.

Se existe algo que talvez prejudique o livro é o seu próprio tamanho. Raphael nos presenteia com uma narrativa ampla, complexa, com muitos personagens e visões diferentes o que contribui muito pra o livro, mas por esse motivo, o livro se torna extenso (e com alguns trechos e até capítulos, na minha opinião, dispensáveis), o que pode tirar o folego de alguns leitores. Mas nada com que os fãs possam reclamar.

Leia também a resenha de Dragões de Éter – Caçadores de Bruxa, primeiro livro da série.