segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss

21601649_4

Seguindo uma linha parecida com a de George R. R. Martin, Patrick Rothfuss mostra em O Nome do Vento, primeiro volume da trilogia A Crônica do Matador do Rei, uma história de fantasia um pouco diferente, onde a magia e acontecimentos fantásticos não são o grande foco. Uma obra realmente apaixonante, muitíssimo bem escrita e com um quê de Charles Dickens, J. K. Rowling e uma certa epicidade e inventividade que lembra J. R. R. Tolkien!

Nesse primeiro volume vemos Kote, um homem bastante taciturno que é dono da hospedaria Marco do Percurso onde vive com seu empregado e aprendiz Bast. Já no começo da história coisas estranhas e misteriosas começam a acontecer naquela região o que inquieta bastante Kote que ao que tudo indica possui um passado sombrio, o qual deseja esconder. De inicio o livro é narrada em terceira pessoa mais essa linha narrativa muda para a primeira depois que Kote decide revelar o seu passado obscuro para o Cronista, um homem a quem salvara de criaturas demoníacas e misteriosas.

Assim Kote, que afinal se chama Kvothe narra sua trajetória, passando pela infância na trupe dos Edena Ruh com os pais, até a sua ousada experiência na Universidade, uma espécie de escola onde se aprende muita coisa (inclusive magia!). A história de Kvothe é sobre perda, desolação, o valor das histórias e das palavras, a busca por conhecimento e também sobre amor e superação. É também sobre o desejo de vingança que só cresce ao longo dos tempos contra os demônios que assassinaram seus pais quando ainda era criança, a intolerância sofrida depois que ficou órfão e precisou viver as duras penas nas ruas de uma grande metrópole e a constante inquietação e constrangimento devido a sua extrema pobreza ao ingressar na Universidade onde entrou com nada a não ser o talento e a descoberta do primeiro amor ao conhecer uma dama de imensa beleza e talento além de misteriosa e muito esquiva. Assim, basicamente, se resume o primeiro dia da Crônica de Kvothe, uma aventura repleta de perigos, desafios e grandes descobertas.

O Nome do Vento sempre chamou minha atenção pelo titulo da obra e também pela capa que é muito bonita desenhada por Marc Simonetti (o mesmo ilustrador das edições nacionais de as Crônicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin.) É uma historia muito boa que e que prende de verdade, são quase 700 páginas que você vai lendo e lendo nem se dá conta das páginas virando! É verdade que o desenrolar da historia é lenta e a falta de ação pode impacientar muitos leitores e também a extrema inteligência e perfeição do Kvothe chega a irritar. Mais nada disso tira o encanto dessa história que é minha opinião uma das melhores do gênero de fantasia!

Confesso que ao ler a sinopse do livro esperava outra coisa do livro e grande parte do que prometia ali não ocorreu nesse volume dando a sensação de que O Nome do Vento é na verdade um imenso prólogo de uma história maior e mais emocionante que ao que tudo indica será contada nos próximos volumes da trilogia, assim espero!

Para amantes da fantasia, ou simplesmente para quem curte uma aventura muito bem escrita, emocionante, com personagens cativantes e de trama bem construída O Nome do Vento é uma ótima pedida. O segundo volume O Temor do Sábio foi lançado em 2011  tem quase 1000 páginas e mal posso esperar para lê-lo!!!

Título: O Nome do Vento (The Name of the Wind, 2007)
Autor: Patrick Rothfuss
Ano: 2009
Páginas: 651
Editora: Arqueiro
Tradução: Vera Ribeiro

7 comentários:

Excelente Livro!
Me surpreendi com a leitura, superou e muito as minhas expectativas, muito bem narrado, apesar de volumoso não é enfadonho, pelo contrário a leitura flui muito bem com a narrativa de Kvthe sobre sua jornada!

Claudinei,
Realmente o livro é excelente e a leitura é bastante fluida! Consegui ler ele em quatro dias, simplesmente não conseguia largar!

Abraço!

Então, Alysson, sempre tive vontade de ler esse livro e ainda não tinha lido nenhuma resenha a respeito. Acho a capa dele belíssima também.
Foi bom ver sua opinião, embora eu esteja fugindo um pouco desses livros imensos, mas as vezes não dá pra evitar.
Ótimo texto!

Que bom que gostou do texto Ademar!
É verdade que o tamanho do livro assusta, mais o Patrick Rothfuss escreve muitíssimo bem e assim a leitura acaba fluindo e não cansa. Eu recomendo muito esse livro apesar de estar adiando a leitura do segundo volume rsrs que é gigantesco!

A série parece ser legal pela resenha. Interessante é como ele trata o conceito de crônica =D

Fiquei fascinado por esse livro desde a primeira vez que o vi.
Super bem falado e ganhando vários prêmios.
Além disso a capa e muito bonita.
Ganhei ele no natal (obrigado Alysson :),
mas não pude ler ainda. Vou fazer o quando antes.

Não sou muito de ler fantasia e confesso que não é meu estilo literário favorito, mas “O Nome do Vento” me chamou bastante atenção porque, apesar da magia ter um papel importante na trama, não ocupa posto central, dando lugar privilegiado a vida de Kote, às relações construídas com amigos (e inimigos!), sua vivencia familiar e Denna (a pretendente a namorada). O que mais me atraiu neste livro foi a mensagem de superação, o esforço que Kote faz para alcançar seus objetivos, a fé com que ele busca o que quer com a certeza de que encontrará e, acima de tudo, a coragem com que em determinados momentos no livro ele larga tudo pra ir atrás do que acredita e/ou anseia saber. Outras coisas no livro são fascinantes: a inteligência de Kote e a lábia que ele tem, argumentando sempre muito bem, defendendo seus pontos de vista de uma forma clara e objetiva e fazendo os outros verem as coisas de uma forma que não viam...
Em síntese, achei o livro maravilhoso, acho que se não comprar logo o segundo (“O Temor do Sábio”) vou reler este ainda... Alysson, fiquei enormemente grato pelo livro e, sem dúvida, vale a pena ler!

Ah! E parabéns pelo blog e pelas resenhas e críticas... Esta de “O Nome do Vento”, por exemplo, está muito boa.

Postar um comentário